O ensino da Física tem sido sempre uma grande preocupação dos educadores. Há muito tempo este assunto vem sendo discutido em encontros nacionais e internacionais, e uma das questões mais preocupantes é como unir o conhecimento científico da Física ao cotidiano.
Nas salas de aulas brasileiras, as aulas ainda são, na maioria das vezes, expositivas, com o uso de metodologias e técnicas pedagógicas cansativas e desinteressantes. É preciso superar a abordagem meramente expositiva e partir para novas propostas que valorizem o diálogo, o exercício da criatividade e do trabalho coletivo de elaboração do conhecimento.
Pode-se, por exemplo, explorar situações didáticas em que se forneçam informações preparatórias para um debate, jogo ou outra atividade em classe, análise e interpretação dos dados coletados nos estudos do meio e laboratório. A adoção de aulas expositivas, no entanto, não precisa ser completamente abandonada, e para que o trabalho em sala de aula seja mais produtivo, alguns procedimentos devem ser seguidos, entre eles:
• A utilização de letras bem legíveis e algumas vezes destacadas com tamanhos e cores diferentes.
• Uma organização sequencial da aula, bem estruturada.
• É preciso que a conduta de apresentação da aula utilizada pelo professor tenha forma dinâmica e descontraída, recheada de posicionamentos científicos aplicáveis ao cotidiano dos alunos.
• Ter vários momentos de curiosidades que servirão como elo atrativo entre o conteúdo que precisa ser ministrado e o interesse do aluno.
Determinados aspectos de uma aula, seja ela expositiva ou não, exigem imagens, de preferência, imagens dinâmicas; outros necessitam de cálculos, de tabelas ou de gráficos; outros podem demandar expressões analíticas, sendo sempre vantajosa a redundância de meios para garantir confiabilidade de registro e/ou reforço no aprendizado. Outra estratégia possível de usar é iniciar o estudo sempre pelos aspectos qualitativos e só então introduzir tratamento quantitativo.
Os alunos, a partir do entendimento do assunto, poderão construir suas próprias maneiras de compreensão. O trabalho em grupo ajuda a quebrar a monotonia de uma aula totalmente expositiva.
No ensino de Física, quando os alunos trabalham em grupo, tomando como ponto de partida perguntas cujas respostas têm a ver com problemas do seu cotidiano, a aprendizagem resultante é positiva.
Para Piaget, o trabalho em equipe, como estratégia, é decisivo no desenvolvimento intelectual do aluno, funcionando os demais membros do grupo como uma forma de controle lógico do pensamento individual.
O trabalho de pesquisa em Física realizado por professores e alunos, serve para responder a questionamentos diários dos alunos, dos pais e dos meios sociais os quais estão envolvidos, promove o desenvolvimento da inteligência emocional e contribui, sensivelmente, para melhorar a educação científica em sala de aula, aproximando o aluno da natureza e das questões do seu cotidiano.
É preciso associar os conteúdos necessários à aprendizagem da Física às questões relacionadas à vida, de modo que o aluno, tanto agora como no futuro, possa exercer, de maneira convincente, a sua cidadania e seja capaz de decidir, com autonomia, seu destino. Desta maneira, eles serão construtores, não só da sua própria vida, mas também de uma nova humanidade que valorize uma melhor qualidade de vida para as comunidades do futuro, com maior autonomia e consciência de vida.
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