Entenda como chegamos à convenção de que um dia tem 24 horas divididas em períodos de 60 minutos.
Horas, minutos e segundos. Por mais que você não seja um “escravo do
relógio” e tenha o seu próprio tempo para fazer as coisas, é
praticamente impossível para o ser humano não utilizar a ferramenta
convencional para mensurar as partes de um dia. Embora a definição de
tempo seja algo extremamente complexa, e que provoca debates na
comunidade científica, podemos encarar as horas, os minutos e os
segundos como uma espécie de ferramenta.
Mas como foi que se convencionou que um dia tem 24 horas – e não 20
horas, por exemplo – divididas em períodos de 60 minutos que,
consequentemente, são divididas em períodos de 60 segundos? Para
entender isso é preciso viajar no tempo para encontrar os primeiros
vestígios desse tipo de “classificação”.
O início das horas
A primeira sociedade que se tem notícia a separar o dia em pequenas
partes é a dos egípcios. Eles dividiam o tempo em dois períodos de 12
horas: dia e noite. Esse “passar do tempo” era percebido por meio de um
relógio de sol, cuja movimentação da sombra indicava a passagem de um
período.
Com o avanço da tecnologia à época, os egípcios perceberam que, ao
menos durante o dia, era possível dividir o tempo em doze partes iguais,
com pequenas marcas indicando o quanto do dia havia passado.
Entretanto, à noite a situação não era tão simples assim e eles
continuavam sem uma solução para entender a passagem do tempo quando não
havia sol.
Então, os astrônomos da época observaram um grupo de 36 estrelas e
escolheram 18 delas para marcar a passagem do tempo depois que o sol se
punha. Seis delas foram utilizadas para marcar o período do crepúsculo
(momento em que o Sol nasce ou se põe) e as outras 12 restantes foram
usadas para dividir a escuridão em 12 partes iguais.
Nascem os minutos e segundos
Com dia e noite divididos em duas partes iguais de 12 horas, nascia o
conceito de que um dia tem 24 horas. Isso perdurou de 1500 AC até 150
AC. Foi nesse período que, pela primeira vez, alguém sentiu a
necessidade de dividir também as horas em intervalos de tempo menores.
Essa sugestão partiu do astrônomo grego Hipparchus.
Juntamente com outros astrônomos, Hipparchus usou um sistema de
cálculo criado pelos babilônios que consistia em uma base de 60 – e não
se sabe por que os babilônios escolherem o número 60 para ser base do
sistema de cálculo deles, mas presume-se que seja pela facilidade de
expressar fracionamentos usando os números 10, 12, 15, 20 e 30.
Posteriormente, o astrônomo Claudius Ptolemy expandiu esse trabalho e
batizou a primeira divisão de “partes minutae primae” e a subdivisão
desses períodos de “partes minutae secundae”. Apesar da divisão, essa
técnica foi deixada de lado e somente no século XVI o conceito foi
retomado.
Como é Hoje.
Com o início da era industrial, a necessidade de precisão aumentou.
Os primeiros relógios mecânicos apresentavam a divisão de uma hora em
duas metades, três terços ou quatro quartos. Em 1956 o segundo foi
definido em função do período de rotação da Terra em torno do Sol.
Em 1967, na 30ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, o segundo foi
definido em função do relógio at6omico, passando a ser considerado pelo
Sistema Internacional de Medidas como “a duração de 9.192.631.770
períodos de radiação correspondente a transição entre dois níveis
hiperfinos de um átomo de césio-133 em seu estado fundamental”.
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